Em 2018, a Petrobras anunciou a paralisação das atividades da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados de Sergipe (FAFEN-SE). A FAFEN-SE possuía grande importância estratégica para a soberania nacional, principalmente no contexto da segurança alimentar, energética e industrial. Ela produzia ureia, amônia e gás carbônico, insumos essenciais para a fabricação de fertilizantes nitrogenados, que são utilizados largamente pela agricultura no Brasil. Também produzia derivados que alimentam indústrias químicas, farmacêuticas e químicas (como o CO₂ usado na carbonatação de refrigerantes).
O fechamento foi anunciado como parte da política de sucateamento e privatização da Petrobras, iniciada pelo governo Michel Temer. A medida impactou fortemente a economia local, levando ao fim cerca de 1.000 empregos diretos e indiretos. Sindicatos, movimentos populares e políticos protestaram nas portas da fábrica, denunciando a situação.
Em 2019, o governo Bolsonaro concluiu o fechamento, colocando a fábrica em hibernação. Posteriormente, em 2020, a fábrica foi arrendada pela empresa Unigel Agro Sergipe, subsidiária da empresa russa Unigel, que também arrendou a FAFEN-BA.
Entretanto, a Unigel passou a utilizar a planta em um nível de operação inferior ao que era mantido pela Petrobras.
Atualmente, o Brasil importa cerca de 80% dos insumos para fertilizantes. Ou seja, na medida que crises internacionais se desenvolvem (como a guerra na Ucrânia) o país fica vulnerável, sem garantias de abastecimento de insumos e fertilizantes.
Recentemente, o senador Rogério Carvalho(PT-SE) informou que a FAFEN será reativada, através de negociações da Petrobras com a Unigel. O senador informou, também, que o projeto de Sergipe Águas Profundas será retomado. “A licitação para as plataformas está em curso e deve ser encerrada em junho. Diferente da última, que não teve interessados, agora há sinais positivos. Parte das operações será comandada diretamente de Sergipe. Isso marca o retorno definitivo da Petrobras ao nosso estado”, afirmou.
Todas essas são conquistas da luta dos movimentos populares, sindicais e da sociedade sergipana contra o projeto neofascista que sabotou a soberania brasileira. Com a retomada da política de investimentos, será possível disputar os rumos da exploração das riquezas estaduais, possibilitando a abertura de um novo ciclo de desenvolvimento social e econômico.
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